Atividade 5

Leituras temáticas recomendadas



“Pensar Queer: Sexualidade, Cultura e Educação” de Susan Talburt & Shirley R. Steinberg

1) Capítulo Geral



Capítulo I- " O pé esquerdo de Dante atira a teoria de Queer para a engrenagem"

O capítulo I fala sobre as definições e esclarecimento entre género, sexo e identidade. O foco deste capítulo, centra-se no nascimento da identidade queer como uma forma de identidade ou de definição de alguém.
A teoria queer é entendida como uma forma de ativismo, no sentido em que as pessoas se juntam e proclamam pelos seus direitos como queer; mas este ativismo é também defendido como uma teoria no sentido amplo da palavra, porque por mais que estas pessoas se fizessem notar, as suas ações não passavam de protestos e palavras, isto é, o preconceito iria persistir em aparecer nos vários contextos da vida dos mesmos.
Esta teoria, emergiu por volta de 1990, inicialmente surgiu como uma resposta à crise da sida, pela autora Teresa de Laurentis (pp.24). Por outro lado, foi vista como “uma reação e forma de resistência ao indiferente de não fazer nada, não ver nada, não ouvir nada” (S. Talburt & S. Steinberg, pp.25).
Estas identidades surgiram como um impacto na educação no sentido em que “a teoria queer ensina que a identidade é uma construção cultural” (S. Talburt & S. Steinberg, pp.26). Neste sentido, surgiu a necessidade de proceder a uma genealogia do sujeito, realçando que, “o sujeito nasce da noção de substância” (S. Talburt & S. Steinberg, pp. 26), pois é um ser autónomo e independente.
Contudo, o conceito do sujeito começou a mudar com o aparecimento da Filosofia Precessual e com a Filosofia Moderna, que anunciam o sujeito como um ser “composto de «ocasiões reais»” (S. Talburt & S. Steinberg, pp.28 ), isto é, o sujeito é influenciado e construído com base em acontecimentos por quais passa ao longo da vida e que por sua vez exercer uma certa influencia sobre o mesmo. Porém, é ralçado pelo autor que é importante “compreender que o ser é um produto cultural” (S. Talburt & S. Steinberg, pp.29), sendo este considerado o primeiro passo para a mudança e reinvenção social e institucional.



Mas este “poder” para o encontro de uma mudança ou reinvenção está, na maior parte ligada ao ensino e à influência que ele tem sobre as grandes massas populacionais de modo a que as alterações se processem de forma contínua e persistente na forma de ver a vida de cada um.
Cabe aos educadores divulgarem o papel e o trabalho de forma “natural” e passiva os queer e assim, deste modo, saberem aproveitar a “profunda sabedoria da teoria queer” (S. Talburt & S. Steinberg, pp.30), pois esta incentiva à reinvenção do sujeito sobre aquilo que ele é e sobre o que ele tem conhecimento, de forma criativa.
O termo queer, foi sempre, ao longo dos tempos, visto de uma forma negativa, sendo constantemente associado à homossexualidade. Mas por outro lado, existem outros que o associam ao orgulho , como cita o slogan queer: “Somos queer, estamos aqui, estamos em todo o lado, vão-se habituando” (S. Talburt & S. Steinberg, pp.31/32).
“Queer refere-se a qualquer individuo que se sinta marginalizado pelas preceções de sexualidade predominantes”(S. Talburt & S. Steinberg, pp.32), neste caso, os heterossexuais. Apesar de os teóricos queer quererem separar o sexo do género, admitindo que o sexo é socialmente construídos, as pessoas queer sentem-se diferentes e desintegradas da sociedade, devido não só à discriminação populacional, mas também no que diz respeito aos meios de comunicação social. A Universidade é vista como a principal culpada pela visão que a sociedade tem dos queer.
Neste seguimento, autor relata um facto em que muitas das vezes para serem aceites como “normais” os queer, têm que omitir a sua identidade para serem aceites na sociedade onde estão inseridos. “A Fobia aos queer está em todo o lado”. (S. Talburt & S. Steinberg, pp.37). E é deste contexto que a sociedade foge, afastando-se dos assuntos relacionados com os queer, de forma a ignorá-los, a ivitá-los.
Concluindo, a teoria queer é encarada como relevante para a educação, no que toca à ajuda que dá aos professores na educação dos seus alunos de um ponto de vista menos preconceituoso e menos homofóbico, contribuindo assim para uma sociedade menos complexa em relação aos queer. 





2) Capítulos Individuais


Capítulo II - Tânia Rodrigues 

" Política de identidade, resposta institucional e negociação cultural: significados de um gabinete homossexual e lésbico num campus"

O Capítulo II tem como ideia central discutir os contextos sociais e institucionais numa universidade pública – Liberal U onde são relacionadas práticas de diversidade social e de identidades homossexuais.
A Liberal U é uma universidade pública, maioritariamente democrática, com cerca de 40 mil alunos no estado do Centro-Oeste (cidade de Oásis). Todo o enredo do reconhecimento dos queer decorreu com a abertura de um gabinete de apoio a homossexuais/lésbicas/bissexuais nesta mesma Universidade.
O objetivo da Liberal U, segundo o seu presidente, era constituir uma educação diversificada aos seus alunos, respeitando os valores e os ideais do Estado. É evidenciado que qualquer tipo de discriminação (de raça, género ou idade) não é permitido no campus da Liberal U, tornando-se assim “a discriminação um problema social e a diversidade um bem social” (S. Talburt & S. Steinberg, pp.54).
Os homossexuais sempre estiveram presentes na Liberal U, a abertura do gabinete é que veio salientar a sua existência, porque apresar de estarem presentes nunca o faziam sentir, no sentido em que muitos deles não revelavam a sua orientação sexual para não serem prejudicados, apresar de a equipa docente se classificar como “mente aberta” (S. Talburt & S. Steinberg, pp.58).
No decorrer de tanta resistência a abertura deste gabinete de apoio sexual, foram realizadas pressões sociais e institucionais que levaram a Liberal U a transformar-se num “campus que fala destas coisas” (S. Talburt & S. pp.58). Os argumentos apresentados passavam essencialmente pela apresentação dos homossexuais como um grupo minoritário.
Contudo, no final de tudo, acabaram por conseguir o gabinete para os alunos, sendo a presença dos queer certificada a nível institucional. A função do gabinete, segundo a Liberal U, tornou-se num “espaço para passar o tempo” (S. Talburt & S. Steinberg – Pensar Queer: Sexualidade, pp.58), onde as pessoas procurara o apoio pessoal e a “coragem” para se assumirem como queer.
Em suma, os homossexuais, as lésbicas e os bissexuais acabaram por ganhar o seu reconhecimento institucional na Liberal U, não só ao nível do campus universitário, mas também no que diz respeito à sociedade onde residem.








Capítulo III- José Diogo

“Uma outra teoria queer: ler a teoria da complexidade como um imperativo moral e ético”

            Este capítulo retrata um grupo denominado: Queer Teacher´s Study Group no qual é pretendido desenvolver disciplinas com pedagogias queer e onde se identificam lésbicas, homossexuais ou transsexuais e onde o vestuário representa uma forma de se identificarem com ou contra as crenças que predominam sobre a diferença do homem e da mulher. É, também, abordada a relação entre as práticas pedagógicas do professor queer e a identidade/identificação do corpo do professor queer. Neste capítulo é desenvolvida a “teoria da complexidade” para questionar as várias noções do senso comum de educação e identidade.
A teoria da complexidade é um campo de investigação que analisa fenómenos dinâmicos adaptáveis e que se auto-organizam, que pode ser descrita como uma faceta de mudança multidisciplinar dos paradigmas. Teoria esta, que se baseia, na distinção entre sistemas complexos e em sistemas "apenas complicados", que sustenta os fenómenos vivos encarados como coletividades, como unidades e como subsistemas.
Neste capítulo são, também, abordadas duas noções, simplexidade e cumplicidade, da autoria de Cohen e Stewart respetivamente, com o objetivo de retirar os teóricos da complexidade da crise atual. O termo “simplexidade” pode ser usado para referir qualquer sistema de interpretação elaborado pelo homem. Quanto à “cumplicidade” é um imperativo ético e moral.





Capítulo IV- Sofia Cerqueira

 “Transgressão e o corpo localizado: género, sexo e o professor homossexual” de Eric Roffes

De acordo com o capítulo 4: “Transgressão e o corpo localizado: género, sexo e o professor homossexual” de Eric Roffes, um professor homossexual retrata a sua história de vida, na primeira pessoa. O autor, professor homossexual de meia-idade, que já deu aulas em jardins-de-infância, escolas primárias e de 3º ciclo e que atualmente dá aulas em cursos de Educação numa universidade de S. Francisco, está empenhado na libertação dos homossexuais que sofrem discriminações, alegando que a cultura Queer tem muito a ensinar à cultura americana quanto ao sexo, género e relações equitativas. De acordo com o livro: “… queer significa lidar com a complexidade e a ambiguidade que rodeiam a noção do que poderá significar ser uma pessoa.”; “Os trabalhadores queer lutam, também, contra a hétero normatividade, a homofobia e os crimes raciais.” (Morris, 2000; p.24); “…têm como objetivo não apenas a tolerância e a igualdade de estatuto, mas desafiar…”. (Garber, 1994).
Eric Roffes relata que os professores, são pessoas que têm muitas dificuldades em assumir a sua homossexualidade, pois estão ligados à educação de jovens e é expectável deles um determinado comportamento, devido aos valores tradicionais incutidos dentro da sociedade comum. Por isso quando estes professores assumem a sua predileção sexual, sofrem grandes pressões, agressões físicas e verbais, chegando até a perder o emprego. Esta abominação está presente nas escolas e universidades, entre alunos e docentes e na comunidade em geral.
O autor mostra que foi difícil para ele adotar uma postura adequada à sua aparência de “macho” e que fosse de encontro às suas ideias, pois isso poderia embaraçar os seus alunos, desta forma, ele diz-nos que para não passar por esses constrangimentos, optou por assumir a sua condição e uma relação, logo na primeira aula, através do respeito, apoio, imposição de limites, sinceridade e flexibilidade, promovendo, assim, uma pedagogia crítica, na qual estão presentes os temas (sexo e corpo).
Em suma, existem muitos homossexuais que lutam para serem aceites e admitidos na sala de aula como educadores assumidamente homossexuais, é portanto importante ter discussões sobre o desejo e o corpo, visto poderem ser uma fonte de conhecimento para todos os alunos.





Capítulo V- Fábio Lima


“Do armário ao curral: neo-estereotipia em In & Out”

O capítulo cinco aborda o filme In & Out, realizado por Paul Rudnick (homossexual) e tem como personagem principal Mr. Brackett Howard (homossexual).
          Nele estão expressas algumas críticas ao filme, discutindo-se os efeitos negativos do mesmo na tentativa de liberalizar a queeridade.
             No filme, os objetivos de Rudnick são tornar a homossexualidade menos desagradável para o público predominante (heterossexual) e normalizar a homossexualidade para que a mesma seja aceite. Na perspetiva dos Autores deste livro, o filme de Rudnick é uma pedagogia errada, porque considera a sua abordagem defeituosa. Pois, no seu esforço para atingir o objetivo, “Rudnick reesteriótipa as personagens e abandonamos o filme não mais inteligentes nem mais esclarecidos do que quando entramos.”
           Durante todo o filme o sexo está ausente, e isto é a grande crítica feita pelos autores deste livro, que explicam esse facto dizendo que ”o ato sexual seria ultrapassar a linha da decência heterossexual, a linha que define o que a homossexualidade poderá realmente ser. Não estou a reduzir a homossexualidade apenas às práticas e preferências sexuais, mas na verdade, ignorar os aspetos sexuais é querer ser cego quanto à essência de ser-se homossexual” (Susan Talburt & Shirley R. Steinberg / Org. (2007). Pensar Queer: Sexualidade, Cultura e Educação), daí a inexistência de relações sexuais no filme.
             Em suma, In & Out ajuda os espectadores a aceitar a revelação da orientação sexual, a sair do tal armário, mas no fundo encurrala a queeridade num espaço contido com atributos definidos e sem sexo.


Capítulo VI- Joana Gomes

" Escolhendo alternativas ao Well of Loneliness" de Rob Linné

 O texto que escolhi para a leitura individual pertence ao capítulo 6 do livro “Pensar Queer: Sexualidade, cultura e educação” e tem como titulo “Escolhendo alternativas ao Well of Loneliness” de Rob Linné. Este capítulo centraliza-se no tema da homossexualidade e na forma como esta é representada em livros e em filmes. Começo por enumerar o facto de algumas das pessoas com esta orientação sexual ao verem um filme ou na leitura de um livro queer, encontram aí um momento de mudança nas suas vidas que lhes faz pensar na hipótese de aceitar a ideia ali exposta em vez de fugir dela e deste modo marcam também os seus desejos queer. Todavia, os jovens e adolescentes são bombardeados diariamente com imagens heterossexuais, tornando-se assim difícil encontrar sexualidade queer nos Media. E ainda, nos filmes as personagens homossexuais são apresentadas como sendo perigosas, vítimas inúteis ou até mesmo simplórios, palhaços. No texto encontra-se também um forte exemplo de como os media retratam os homossexuais, pois sempre que uma personagem ama outra do mesmo sexo ou revela a sua homossexualidade, estes episódios são assistidos por sons de música ominosa que mais parecem aqueles momentos em que alguém diz ao público que alguma pessoa está prestes a morrer.
Cart através do seu estudo explica esta tendência transtornante de jovens personagens homossexuais serem vítimas de ações violentas ou acabarem mesmo por morrer, sendo este o final das histórias ou então da pessoa que estas personagens amavam.
     A mensagem que é transmitida nos filmes e nos livros é sempre a mesma, isto é, se experimentares sexo homossexual, algo de muito assustador te pode acontecer, pois normalmente as personagens homossexuais ou morrem ou, caso sobrevivam, estão sujeitos a um destino infeliz e isolado.
 Segundo Fouss a contenção da homossexualidade mantém a noção que pode ser controlada, revertida e manobrada, isto porque, através de uma análise a treze textos, Fouss delineia o trajeto da identidade sexual de vinte e uma personagens e destas referidas personagens que questionam a sua sexualidade e que se envolvem em atos homossexuais, somente onze delas continuam personagens homossexuais no final da história.
   Isto vai provocar reações homofóbicas nos leitores, ao insinuar que é sempre possível um regresso à "normalidade", ou seja, à Heterossexualidade.


      Esta situação faz com haja um maior número de exigências a nível externo, aos homossexuais para que estes reconsiderem muito bem a sua orientação sexual, antes de tomaram qualquer decisão.










Capítulo VII- Renata Alves



" Nutrindo imagens, paredes sussurantes: intersecções de identidades e ampliação de poderes no local de trabalho académico"




O texto por mim escolhido para leitura individual é o capítulo VII do livro "Pensar Queer: Sexualidade,cultura e educação" e tem como titulo "Nutrindo imagens, paredes sussurantes: intersecções de identidades e ampliação de poderes no locak de trabalho académico".
Este capitulo é constituído por cinco subtítulose que vou descrever cada um ao longo deste texto .
Townsand Prince- Spratlen é o autor do meu capítulo, que por sua vez baseou-se num excerto do livro "Life in His Languague " the Toni Morrison de onde destaca três presentes: a língua, a coragem e a ternura. Esta autora enfatiza os presentes que os escritos de James Baldwin lhe ofereceram.
No primeiro subtítulo " Imagens e interacções" o autor  aborda o gabinete de um professor universitário homossexual descendente de africanos onde diz que é um espaço de múltiplas dialécticas, onde o professor decorava  o seu gabinete com um conjunto de imagens ancestrais que mais valoriza ou seja, que lhe transmite coragem, que lhe desafiam a ignorância e que dão exemplos de excelência que podem ser utilizados como pontos de referência que a sua vida proporciona.
No segundo subtítulo "Nutrindo a resistência" o autor destaca três imagens a que dá maior importância das quais irei falar um bocado acerca delas.
A primeira é a Pré-Kindergarten Kisses que é uma imagem que está na parede do gabinete mesmo em frente à secretária, onde se encontra  pendurada ao nível do olhar para que virtualmente em qualquer altura levante os olhos do que está a fazer .
O retrato de Audre Lorde e o retrato de Marlon Riggs são dois retratos que se encontram  juntos dos restantes quadros que por sua vez encontram- se atrás da secretária,pois são retratos que lhe protegem-lhe as costas, abrigam-no dos danos que o trabalho lhe pode causar e provocar.
No terceiro subtítulo "Imagens no local de trabalho e "revelação" " o autor apenas diz que todas as imagens que decoram o seu gabinete transmitem uma grande fonte de aprendizagem mútua tanto para ele que estava que estava lá no gabinete como aqueles que o visitavam.
No quarto subtítulo "Fazer  justiça e os "documentos" na parede" o autor faz referência à música Talking to the Wall de John Armatrading onde transmite um diálogo unilateral. O autor contraria a música dando o exemplo de que "fala"com a parede do seu gabinete todos os dias, onde tem com elas um diálogo espiritual e intelectual ou seja, um diálogo bilateral.

Para finalizar o quinto subtítulo " Vitórias antigas" o autor diz que não tem imagens que considera mais apreciadas e ele próprio diz que se escrevesse este artigo no próximo ano seria capaz de escolher outras imagens, e não as que ele falou até agora. 






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